segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O céu, o sol, o mar.


Com uma prova de Psicologia Geral Experimental III pra semana que vem, a criatura - eu - dá-se o luxo de sair do regime blogueiro (forçado devido a escassez de criatividade plus internet em excesso) por um ótimo e brasileiro motivo. Afinal de contas, é Setembro. Iniciuo-se a primavera e os passarinhos verdes andaram visitando a janela. Espia! É o Mombojó que volta pra vitrola!

Quando os ouvi pela primeira vez, me encontrava numa cara de pau danada, filando uma carona exxxperta. Pareceu-me com Los Hermanos avec uma pitada de samba e sotaque carregado. O ésse puxado me fez crer que eram da cidade Maravilhosa. Sim, o são, mas daquela situada um poco más adelante, um poquito más pro Nordeste. O Recife, sabe? Berço de tantas outras coisas boas, sonoras e apaixonantes. Fiquei com a secura de ter o cd, mas somente alguns meses depois - no caso o quase Setembro 2005 - cumpriram o prometido e recebi o cd-r com as músicas do nadadenovo fora de ordem. Viciei. Não é muito comum eu me identificar com músicas escritas em português brasileiro (português também, enfim), mas quando há o clique... Pronto, pôu! E colou! Cantando bem alto sozinha no quarto ou no loooongo caminho ensolarado (e que sol! Quanto calor! Que aquecimento global! Que efeito estufa! Jah me salve!) do ponto de ônibus até os IC's - localização interna UFES, preguiça de explicar.

Nadadenovo é pra ser ouvido de braços bem abertos e samba no pé, ainda que não saiba sambar, aidna que desritmado. É questão de paixão, entrega, leveza de ser. Peso também. Pode ter a companhia de uma cervega gelada, se quiser. Ou só cabelos ao vento. Ou só. É relativo, mas não depende da música por si só. Parece que cada vez que eu ouço, soa ainda mais pessoal. E esse sotaque carregado, marcado... Lindo. Córação faz muito mais sentido. Não lhe soa mais pulsante?

Têm-se então, começando por "a missa" - não é a primeira do cd, e sim da minha escolha pessoal - um ritual quase folclórico. Um pouco como o teatro do absurdo também. Fogem as palavras. Imagino noite no sertão - chei'd'estrelas - e alta fogueira. Queima, queima, queeeima! Se você morrer, me diga como foi lá? Deus e o diabo têm existido em mesmo plano. E no fim das contas? Não faz diferença.. Ou esqueceu-se de que só vai morrer nessa vida? Quando chegar, meu amigo, o que irá fazer?

Um dos versos mais píême que já me cantaram: me dissolve, mexe com a colher. Devagar. Devagarinho. E absorva. Absorva cada pedacinho de pele e pêlo, assim, todos os poros, um a um. Um sorriso - que é paraíso e nele irei repousar - me é esperado ao final. Depois? Tudodenovo. Adelaide. Nome que de primeiro contato pode até te lembrar a anã paraguaia dos anos 80, mas aqui beibe, é puro doce, pura declaração de amor, rapadura desmanchante, melado com mel. A volta do namoradinho arrependido. Vou mudar, espere, pequenina. (espero! E risadas ao fundo, muitas! Descrença?).

O encadeamento das músicas/letras é perfeito. Após juras de melhoras, vem a resposta: dai-me outra cor, que não seja, a do teu olhar. Explica-se em poucos e sucintos versos - como em todo o cd - com amor, ou até sem amor, de vez. Sem desenganos, sem falsas esperanças. "Não quero mais me desmentir, não vou mais te procurar...". Ah sim, claro. Quer ver? Para retificar o ciclo, "Estático". Se eu choro, evidentemente é por causa de. Alegre ou triste, o que muda aqui dentro? Se o que almejo, não está pra chegar? Dias suicidas estiveram porto não foi a tôa. A criancinha lhe pede - e eu? IMPLORO - inventa?

Ok, negações seguintes. Mais silêncios? Jogo-lhe uma pedra, pra lembrar e dar-lhe ciência de onde é o lugar de direito. Ou realmente achou que ir pra merda me era exclusivo? É xingamento poesia. Como já de praxe, adoro. Eu vou sair é correndo. O tempo nos é traiçoeiro, é melhor fugir dele, e de você. Que do tempo, está amarrado à pedra. Olhar seu sorriso e não mais desabar. Aprender a não chorar. O samba há de me segurar. Já está até me fazendo rimar. A violência tomar seu lugar.

Ah, a peixeira, a faaca. Molhada. De sangue, enfiada no meu coração. Olha, bem que eu não gostaria de saber como é. Mas além de dançar, já houveram outros verbos em cima da faaca: pular, pisotear, rodar... É uma questão de entender que está sim, tudo bem, ainda. Quero-lhe bem, meu bem. Achou o baú? Cheeeio de estrelas. Aquelas lá do começo, as do sertão. Lembra? (uma referência bonita, aqui). Brilham mais e são especiais. Eu que nomeei-as, só pra você, pra lhe trazer, o prazeeeer. Cansei de dormir sozinha, quero meus "boa noite" sussurados de volta. Mas os dias vão passando. Por favor, nem eu, nem quem me canta, quer acreditar. Por onde anda o reino da alegria? Dê-me um cafuné, ainda lhe espero, ainda importo...

Fechando o final act o próprio pecado vem a tona, em pessoa. Encarnado em forma de gente, pele, carne humana. Mistura de luxúria, avareza e? Qualoutro? O orgulho de fechar o sangramento sem anestesiar. Sem titubear em chorar. Sem esperar estancar. Um macho, dos cabra da peste, vice? Só não pensou em uma coisa, esqueceu-se. A vida. Esta, beibes, irá voltar.


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Bom de ler

4 comentários:

Anônimo disse...

Quanta poesia em um post só.
=)

Jules disse...

eles são muito bons e ponto final.

bem que eles poderiam passar na versão canela-verde do TIM festival... :/

ana disse...

gostei mais que do homem-espuma.

e você?

Anônimo disse...

nossa, fiquei atordoada... ^^
lindo!
=*********