Kate Nash e seus tijolinhos.

Uma bailarina, na voz e nas historietas melódicas. Esta é a minha impressão ao ouvir a doce inglesa Kate Nash. Em um momento bem término de namoro que me encontro, vozes femininas são sempre confortantes, para a fossa e para a raiva. Depois de ter descoberto Fiona Apple aos meus dezesseis anos, chorar as pitangas tornou-se mais fácil e me fez sentir menos "perdedora". [Se até grandes mulheres choram e escrevem (!) sobre isso, por que não eu?]

"Made of bricks" (2007), é um misto de músicas dançantes, tipo I don´t need him anymore, e músicas fofinhas, do tipo I will love you forever, lil boy. Com uma ascenção muito rápida - desde que seu lançamento deu-se este ano, inclusive seu primeiro single - essa inglesinha chegou pra ficar entre as minhas favoritas. Companheira de minhas viagens de ônibus após monólogos de relacionamento, ouço bem alto: "why you being a dickheadfool? you're just fucking up the situations...". E mesmo xingando, continua doce. Pra mim, sempre foi incrível não perceber groseria alguma nessa arte de xingar quando existe uma dor amorosa. É um traço que gosto não somente em cantoras, mas em poetisas also. Vide minha paixão pela nada escrupulosa Hilda Hilst.

Mas, contudo, todavia, não só de ódio finsdenamoro vive Made of Bricks. Nash também faz nascer nos corações partidos a vontade de não desistir do amor. Um carinho nos caquinhos que lhe sobraram. E ela ainda abaixa-se, cata os caquinhos e te ajuda a colar. Não acredita? Ouça "Birds". Impossível não imaginar o casalzinho dentro do ônibus, a menina de olhos brilhantes apaixonados com sua saia rodada e o menino, com suas metáforas desajeitadas, só querendo dizer: "hey! eu gosto mesmo é docê".
Pra terminar, uma musiquinha, das dançantes: Foundations!

Para saber mais:
Site oficial
Myspace

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